Conteúdo atualizado a 11/09/2023
O mercado cripto está evoluindo no Brasil, com o aumento de investidores e a atração de grandes empresas do setor. De acordo com o CEO da Ripio, Sebastián Serrano, o país está “construindo uma nova economia” onde as criptomoedas representam uma das principais ferramentas financeiras dessa evolução.
Sebastián destaca em entrevista ao BR Cryptos, que existem mais de 3 milhões de brasileiros que investem em criptomoedas. Esse número, para ele, representa uma grande adoção vivenciada pelo mercado cripto no país.
Outro ponto destacado pelo CEO da Ripio diz respeito ao lançamento da CBDC brasileira, chamada Drex. Ele acredita que essas iniciativas representam o desenvolvimento de uma nova economia, que está cada vez mais digital.
“O mercado brasileiro tem evoluído bastante em relação à construção da nova economia, o que envolve, inclusive, o Governo, com a criação do DREX. O relatório mais recente da Receita Federal, de agosto, mostra que mais de 3 milhões de brasileiros investem em criptoativos, ante 1,9 milhão na comparação com maio deste ano.”
Sebastian Serrano, em entrevista ao BR Cryptos
Tabela de Conteúdos
Mercado cripto na América Latina
Assim como o Brasil, outros países da América Latina estão atraindo negócios e oportunidades cripto. Sebastian orienta que a região “é um terreno fértil para o desenvolvimento da nova economia’”.
Como exemplo disso, ele fala sobre a criação da plataforma LaChain, uma rede blockchain desenvolvida pela Ripio para atender exclusivamente o ecossistema latino-americano.
“Acredito que a América Latina é um terreno fértil para o desenvolvimento da nova economia. Por isso a Ripio investe firme neste mercado, como é o caso da LaChain, que, mais do que uma blockchain projetada para mitigar problemas locais, é uma plataforma para criar um ecossistema feito por latinoamericanos para latino-americanos, melhorando suas finanças, oferecendo novas experiências que os colocam em destaque.”
Serrano sobre a América Latina
Regulação das criptomoedas
O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a regular as criptomoedas, sendo o primeiro da América Latina. Sendo assim, com a grande adoção cripto em países como Argentina e Colômbia, a regulação cripto pode avançar em outros países.
O CEO da Ripio explica que a regulação do mercado cripto está se popularizando. O movimento acompanha uma tendência de democratização e reconhecimento para criptomoedas como o bitcoin (BTC).
“A aceitação e aproximação dos governos latino-americanos em relação ao mercado cripto é um fato e a ideia de regulamentação começou a se popularizar entre muitos dos players do mercado.”
Serrano sobre o papel dos governos latino-americanos
Um novo polo cripto
O aumento da adoção cripto na América Latina pode transformar a região em um polo de criptomoedas. No Brasil, por exemplo, moedas digitais já são negociadas em exchanges, além de fundos com exposição em criptoativos, como os ETFs de bitcoin.
Para Sebastian, a Ripio é uma das principais empresas cripto da América Latina. Portanto, ele aposta que a região será um novo polo para criptomoedas, por apresentar um espaço amigável para o desenvolvimento de soluções e ferramentas cripto.
“Certamente a América Latina será um polo cripto. Essa é uma das razões porque a Ripio tem liderado a adoção cripto na América Latina, com soluções para empresas e instituições. Sabemos que a região é um terreno fértil para o desenvolvimento do ecossistema.”
Sebastián Serrano sobre o papel da Ripio na América Latina
Preço do bitcoin em 2023
O preço do bitcoin está em queda atualmente no mercado cripto, depois de enfrentar uma valorização nos primeiros meses de 2023. Serrano explica esse movimento, lembrando que a máxima atingida pela criptomoeda foi de cerca de US$ 32 mil no ano.
“Em 2023 começou com um intenso movimento de alta do Bitcoin após o preço atingir níveis inferiores à máxima histórica do último ciclo. Houve um breve rally de recuperação desde as mínimas do ciclo atual, o Bitcoin veio subindo até encontrar uma forte resistência ao redor dos 32 mil dólares.”
Serrano sobre as variações do Bitcoin em 2023
Ele também fala sobre a faixa de preço que circulou o BTC nos últimos meses, permanecendo entre US$ 29 e US$ 31 mil. Contudo, recentemente o bitcoin voltou a cair e agora está sendo cotado abaixo de US$ 26 mil no mercado cripto.
Para Serrano, essa desvalorização, que atingiu 10% em apenas um dia, é resultado de dois fatores que influenciaram os preços no mercado cripto. O primeiro deles seria a falência da Evergrande, que abalou todo o mercado financeiro tradicional.
O segundo motivo seria a venda de bitcoins pela SpaceX. Rumores surgiram no mercado sobre a empresa ter liquidado toda sua posição em BTC, o que afetou diretamente o preço da criptomoeda.
“Após uma duradoura briga na faixa dos 29-32k, o BTC não conseguiu romper o nível e na última semana sofreu com uma queda considerável devido a fatores externos ao mercado e internos, como a falência da Evergrande e os rumores de que a SpaceX, de Elon Musk, havia vendido toda sua posição em BTC.”
Serrano sobre factores que afetam o mercado
O que esperar para 2024 no mercado cripto?
O mercado cripto vivencia ciclos em torno do halving do bitcoin. Nos últimos anos, as criptomoedas acompanharam o ciclo de alta do BTC, que sempre começa após o evento de halving.
Esse é o pensamento de Sebastian Serrano, mesmo com o mercado em queda, ele espera por uma recuperação nos preços em 2024. Contudo, o CEO da Ripio orienta que as criptomoedas apresentam forte volatilidade, e por isso é necessário estudar melhor sobre esse tipo de investimento.
“Em 2024 é um ano de halving do bitcoin, então, é esperado que haja valorização do principal ativo e consequente crescimento do mercado, mas, também, que tenha muita volatilidade. Por isso, é preciso ter atenção e nunca colocar dinheiro em um ativo somente porque ele está crescendo. É necessário estudar os fundamentos e tomar decisões com consciência.”
Sebastián Serrano sobre o que esperar no próximo ano