Conteúdo atualizado a 16/04/2024
A adoção de criptomoeda na América Latina vem crescendo ano após ano, mas por que esses países são terreno fértil para a moeda digital e qual o papel das stablecoins nesse cenário?
Essas foram as questões que guiaram o painel que a BR Cyptos acompanhou no espaço da Transfero Group, no primeiro dia do Web Summit Rio, que contou com a participação de Aaron Stanley, editor da Brasil Crypto Report, mediando a conversa entre Marlyson Silva, Co-Founder e CEO da Transfero Group, e Daniel Marquez, sócio da Koyamaki Ventures.
Tabela de Conteúdos
Cenário atual para adoção de cripto na América Latina
Aaron iniciou o painel buscando entender o momento atual quanto às possibilidades de adoção dos criptoativos na América Latina.
Para Marlyson, é um excelente momento, já que as pessoas têm buscado maior conhecimento sobre criptoativos, bem como o tipo de tecnologia por detrás desse ecossistema. Por estarem por dentro do assunto e encontrarem mais respostas, é mais fácil falar e apresentar solução criptos, o que não era tão simples há 5 anos atrás.
Para Daniel, com a sua perspectiva de quem está fora do Brasil, neste caso mais precisamente da Argentina e Colômbia, aponta as regulamentações e a reputação como algo que está se adequando e tornando mais amigável ao ecossistema cripto.
Quando o assunto são Stablecoins
Tem se falado muito das stablecoins, com bastante destaque já em alguns países da América Latina, como na Argentina, aponta Aaron, inclusive indicando que 10% das movimentações no México ocorrem com stablecoins.
Neste momento Marlyson trás uma reflexão aos ouvintes sobre as dificuldades de se enviar alguma quantia para fora do Brasil. Algo que o motivou juntamente ao seu sócio a desenvolverem a BRZ, a moeda oficial da Transfero Group, foi quando o banco em que tinham recursos os impediu de enviar uma quantia para um fundo próprio em outro país. Agora, através da stablecoin BRZ, é possível fazê-lo e ainda ingressar nesse mercado global de forma estável.
Para Daniel, na Colômbia, há uma necessidade de criar uma melhor adoção das instituições financeiras locais, o que inclui o entendimento para perceberem a oportunidade que irão obter, que unidas à regulamentação adequada, proporcionará maior utilidade às instituições.
Da ideia à realidade
Marlyson acredita que os criptoativos será a única maneira de resgatar a população Venezuela, inclusive estão estudando a possibilidade da criação de novas stablecoins pelo globo.
O grande foco para o BRZ é estar mais presente no dia a dia para os brasileiros, mas insiste que irá ocorrer conforme as pessoas aprendam mais e estejam preparados para essa realidade.
O DREX no Brasil
De acordo ao ponto de vista de Marlyson, o DREX é sim uma preocupação e cuidado do BCB em ingressar no mercado dos ativos digitais, mas não acredita que irá acontecer pelos próximos anos. Em algum momento se tornará real, mas será num futuro distante, até porque há muita informação e conteúdo a ser estudado sobre o assunto.
Marlyson aponta a Transfero como uma ponte para viabilizar o câmbio ante diferentes moedas, como de fiats para um criptoativo. BRZ poderá ser usado no seu dia a dia, como comprar uma cerveja, em qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de fazer qualquer cambio entre diferentes moedas. Acredita inclusive que no próximo ano BRZ já fará parte do comércio brasileiro.
De modo geral, a América Latina está em crescente adoção cripto, e acredita-se que há um enorme potencial de crescimento, que já está acontecendo, com o grande motivador sendo a inclusão de países em desenvolvimento e sua população sendo inserida num mercado aberto e cheio de possibilidades.