Criptomoedas em mercado internacional entre organizações criminosas
A organização criminosa de São Paulo, PCC – Primeiro Comando da Capital, existente há mais ou menos 30 anos, está cada vez mais ganhando espaço como uma grande fornecedora de cocaína para Europa.
Estima-se que nos últimos 2 anos essa facção teve um lucro bilionário comercializando dentro do tráfico internacional, a cada ano. Essa informação se baseia nas investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que afirma que a máfia calabresa Ndrangheta é o principal cliente do PCC com uma grande demanda de drogas nos países europeus. Atualmente é considerada a organização criminosa mais poderosa da Europa.
Em entrevista ao Metrópoles, o promotor de justiça Leonardo Romanelli explicou que o combate à máfia italiana acontece em todos os países da Europa e se voltaram ao PCC, por ter se tornado o principal fornecedor de cocaína para o continente europeu, e acredita que Portugal seja uma das principais portas de entrada para facção, que envia drogas não só por meio de contêineres em navios, mas também através do esquema da troca de malas a partir do Brasil para a Europa, como foi o recente caso das turistas brasileiras que foram equivocadamente presas na Alemanha por terem tido suas malas trocadas.
Existe uma grande força tarefa mobilizada para inibir a ação desses criminosos, tanto lá fora, como aqui no Brasil. Inclusive, recentemente 100 integrantes da máfia (na Europa) e 14 líderes do PCC, espalhados em vários estados brasileiros, foram presos em uma megaoperação policial contra o crime organizado.
Uma das estratégias para evitar serem pegos em abordagens policiais e não acabar perdendo grandes quantias, além de recrutar integrantes em outros países com o objetivo de intermediar o serviço e colaborar com o narcotráfico, por exemplo, nos aeroportos, o PCC também se aproveita das novidades tecnológicas e da modernidade do mercado financeiro, buscando blindar suas movimentações.
Para não deixar rastro dos seus negócios internacionais, de uma rentabilidade extraordinária, a facção paulista encontrou uma alternativa para movimentar financeiramente seu produto ilegal, acreditando que desta forma ficará longe dos olhares dos investigadores. Uma das maneiras de despistar o rastreio financeiro é transacionar o dinheiro por meio de remessas financeiras ilegais e a outra é, surpreendentemente, através da criptomoeda.
E claro que você já deve ter a resposta, do porquê estarem usando criptomoedas nas transações financeiras. As criptomoedas mais populares oferecem segurança com a tecnologia Blockchain, e é por isso que o usuário confia. Os registros são armazenados e protegidos por criptografia e não podem ser alterados, nem mesmo excluídos. Ou seja, um prato cheio para os criminosos que não querem ser descobertos!
“O MPSP já identificou que vários membros da ‘Ndrangheta residem no Brasil” e acrescenta: “Inspirado na máfia italiana, o PCC também tem feito a lavagem de dinheiro do tráfico investindo em imóveis, fazendas, postos de gasolina, hotéis e restaurantes”.
De qualquer maneira, quando falamos que os criminosos fazem investimentos em criptomoedas, indica claramente que eles querem se aproveitar da tecnologia para se valer da suposta dificuldade no rastreio desses ativos digitais.
Porém, como já existem ferramentas (on-chain) capazes de seguir os rastros das negociações realizadas dentro de uma blockchain, essa estratégia talvez não seja o suficiente para garantir a transação do dinheiro do tráfico com a máfia italiana. Capito?
Considerando tudo isso, você deve estar pensando que não há limites para os mafiosos, contudo há uma grande mobilização entre as autoridades europeias e brasileiras para dificultar e rastrear todas as operações, a fim de combater tanto o PCC quanto a máfia italiana. E nessa corrida, a tecnologia é uma grande aliada.
Fonte: Metrópoles / Portal Bitcoin