Conteúdo atualizado a 07/10/2023
A nossa entrevistada de hoje foi matéria na Forbes e recentemente foi considerada uma das top 5 cripto influencers pela Cláudia por conta dos conselhos que dá sobre criptoativos e sua forte presença digital.
Essa jornada não começou agora. Aliás, a caminhada de empreendedora da nossa convidada é bem longa e tem quase uma década.
Hoje, além dos conselhos que dá a todos os que querem saber mais sobre criptomoedas, é também diretora de operações da casa de análises Convex Research… e uma inspiração para todos nós!
Tabela de Conteúdos
BRCryptos (BRC): Comecemos pela base de tudo: quando é que começou a nascer seu interesse por criptoativos?
Thaíse Saeter (TS): O meu interesse começou a ser despertado em 2014, quando vi pela primeira vez uma máquina do Bitcoin em um Fórum da Liberdade, que acontecia todo ano em Porto Alegre. Na época, eu já me interessava por ideias de liberdade e sempre fui bastante engajadas em discussões sobre essa temática. Eu cursava MBA nessa época, e estava fazendo uma disciplina sobre tendências de mercado e estava muito ávida por conhecimento envolvendo inovação.
O Bitcoin, como um sistema de dinheiro peer-to-peer, sem intermediários e sem fronteiras, me parecia a maior inovação da nossa época. A curiosidade sobre o funcionamento desse sistema me levou a estudar e apresentar um trabalho na época sobre o bitcoin como uma tendência de mercado. De lá pra cá, vim estudando, ampliando e amadurecendo meu conhecimento sobre o ecossistema de criptoativos.
BRCryptos (BRC): Hoje em dia a Thata Saeter fala abertamente sobre criptomoedas, mas nem sempre houve essa facilidade. O que aconteceu para que o mundo cripto fosse cada vez menos marginalizado pela sociedade civil?
Thaíse Saeter (TS): Acredito que isso é natural com tudo que é muito novo, até romper as barreiras de seus nichos. Inicialmente, o Bitcoin estava bastante restrito ao mundo tech, a quem já era do universo da tecnologia e pouco a pouco vem ampliando o seu alcance. O que é ótimo para o desenvolvimento da tecnologia. A medida que chega a mais pessoas, vence mais barreiras, o preconceito tende a cair. No mercado financeiro tradicional é perceptível a mudança que ocorreu de percepção do Bitcoin. Sempre existirão profissionais que não acreditam na tese do bitcoin, assim como ocorre com outras classes de ativos. Dificilmente veremos uma unanimidade sobre o assunto e acho que isso é saudável.
BRCryptos (BRC): Por falar em marginalização, a Thaíse considera que o mundo cripto ainda é marginalizado pelo sistema financeiro tradicional? Se sim, até quando é que considera que isso pode acontecer?
Thaíse Saeter (TS): A participação e interesse crescente dos institucionais tende a contribuir para que essa percepção do Bitcoin como algo fora do sistema pouco a pouco seja reduzida e se torne cada vez mais natural. As incertezas regulatórias ainda geram temor nas instituições, mesmo aquelas com vocação para a inovação, mas felizmente isso vem mudando e é possível ver um amadurecendo também neste sentido.
BRCryptos (BRC): O CEO da Ripio afirmou, numa entrevista ao nosso portal, que o Brasil está construíndo uma nova economia digital. Concorda?
Thaíse Saeter (TS): Concordo que estamos em um processo de tentativa de construção. As possibilidades são diversas. A tokenização de ativos também é algo que deverá trazer grandes transformações, mas ainda temos um caminho a percorrer. Acredito que tendemos a ver um avanço na construção de uma nova economia digital a medida que o governo também possibilite e fomente uma ambiente favorável a inovação e ao empreendedorismo.
BRCryptos (BRC): Que conselhos daria a uma jovem Thaíse, a alguém que quer começar a comunicar e, de certa forma, educar sobre criptomoedas?
Thaíse Saeter (TS): Acho que algo muito importante e que valorizo em minha carreira é sobre sempre ter tido muita responsabilidade e ter como valor a credibilidade. Então eu reforçaria a importância destes valores. Diante de um mercado novo como o de criptoativos, alguém que busca construir uma carreira sólida e crescer, deve ter comprometimento com a credibilidade. É essencial verificar as informações, não se deixar levar pelo hype e pelos algoritmos.
BRCryptos (BRC): Desde 2014 que tem um percurso no empreendedorismo. Qual o maior desafio que superou durante o mesmo?
Thaíse Saeter (TS): Foram muitos. Minha formação é no Jornalismo, mas sempre tive fascinação e respeito por empreendedores. Em 2014, eu estava desempregada e abri uma agência focado no atendimento de startups. Eu era uma EUpresa. Eu fazia captação de clientes, comercial, escrevia releases, divulgava, ligava para jornalistas, fazia tudo. Isso me deu muita bagagem. Fui crescendo até atender mais de 12 contas. Eu sozinha trabalhava melhor que grandes agências, tanto que as agências começaram a me subcontratar contratar para dar resultados para os clientes deles. Nesse tempo trabalhei com muitas fintechs e empresas de tecnologia e fui sendo reconhecida e me interessando cada vez pela área financeira e pela área de tecnologia. Em 2018, então, meu marido, que é economista e analista credenciado me convidou a entrar na com ele na nova iniciativa dele. Atuando em uma área altamente regulamentada, os desafios já são diferentes. Agora, os desafios estão em gerenciar equipes e buscar sempre melhorar a comunicação com nossos clientes e parceiros.
BRCryptos (BRC): É diretora de operações da Convex Research. Fale-nos um pouco do seu papel e da própria empresa.
Thaíse Saeter (TS): Atualmente trabalho diretamente na parte administrativa e de gerenciamento de nossa equipe. A Convex Research é uma casa de análises que atua de forma totalmente independente, não tem participações de instituições financeiras e vem fazendo um trabalho transformador. Abrimos a empresa em 2018, tendo como nosso primeiro produto, o relatório semanal Crypto Fragility Model (CFM), que acredito ter sido o primeiro relatório e carteira recomendada por uma casa de análises brasileira. O CFM, hoje, está entre os melhores relatórios do mundo. O nível de informação que nossos assinantes tem acesso é algo que me enche de orgulho. De lá pra cá, viemos trazendo ao investidor brasileiro o acesso ao mercado Global. Quando trouxemos para o investidor brasileiro, em 2019, que ele precisava acessar os mercados globais e não ficar restrito ao Brasil, a grande maioria do mercado financeiro tradicional brasileiro, bem como muitos influenciadores que se diziam 100% investidores da bolsa brasileira, viraram o nariz e diziam que éramos loucos. Hoje, virou unanimidade: Quem não investe nos EUA e acessa os mercados globais é louco. Acredito que a Convex Research é uma das maiores ditadoras de tendências financeiras do país e tem contribuído para que o brasileiro atinja sua liberdade financeira. Quem quer estar sempre a frente, precisa acompanhar a Convex.
BRCryptos (BRC): Sente-se responsável pela crescente envolvência feminina na indústria das criptomoedas?
Thaíse Saeter (TS): Me sinto responsável e tenho muita satisfação em contribuir. Eu entendo que o exemplo contribuiu para que muitas mulheres enxergassem que era possível conquistarem espaço, contribuir com o mercado e crescer.
_________________________________________________________
BRC: Qual foi o dia mais estranho que você já presenciou no mundo das criptomoedas?
TS: Crash de março de 2020
BRC: Acredita que Satoshi Nakamoto é uma ou várias pessoas?
TS: Acredito que sejam várias pessoas
BRC: Em que criptomoedas está mais investida?
TS: Bitcoin
BRC: Tem alguma forma favorita de celebrar o sucesso de um investimento?
TS: Não tenho. Tento não guiar minha vida pelos investimentos. Eu mantenho o mindset em dia. Seja nas altas ou nas correções. Para mim, eu avalio uma estratégia de sucesso no longo prazo, com base nas conquistas que tenho ao longo da vida.