Sistemas de tokens atrelados a moedas soberanas é a nova tentativa dos Bancos Centrais (BCs) de revolucionar a estrutura financeira e monetária global. BCs + Tokens: uma revolução na estrutura financeira global
É o que defende o Banco de Compensações Internacionais (BIS), em seu relatório anual divulgado na última terça-feira, 20. A criação desse sistema ganhou até um capítulo específico no relatório.
“Este modelo combinaria dinheiro tokenizado e ativos em uma plataforma programável”, é o que defende o relatório.
Segundo a instituição, esta nova infraestrutura financeira pode ajudar a “mudar o jogo”, ou melhor, manter o BCs em campo, pois é capaz de criar novas possibilidades econômicas entre moedas físicas e tokens.
A ideia geral é facilitar o comércio internacional, reduzir os custos e acelerar transações, além de ampliar a disponibilidade de crédito.
O brasileiro já está até familiarizado com o modelo descrito pelo BIS, afinal, ele é muito semelhante ao sistema de transferências Pix, mas o Banco Central atuaria como intermediário nessas transações financeiras.
Seguindo essa estrutura, o relatório aponta que a liquidez providenciada por BCs deverá garantir o funcionamento dos pagamentos e flexibilidade na oferta de crédito.
“Obviamente, regulamentação e supervisão adequadas são necessárias para evitar o crescimento excessivo do crédito e a assunção de riscos”, pontua o BIS.
No documento, a instituição tece críticas às stablecoins e diz que o seu uso como substitutas dos tokens no lastreamento a moedas soberanas deve ser evitado, isso por conta da sua alta taxa de volatilidade e execução não garantida de transferências.
E sobre os Tokens ?
Todos sabemos que o processo de tokenização ainda precisa superar uma série de desafios técnicos e legais, além de passar por um processo de regulação. E o relatório também aponta isso.
O BIS defende que todas as regras, tanto para ativos tokenizados, como para ativos não tokenizados, devem estar alinhadas.
Esse alinhamento entre as regras seria capaz de garantir a coordenação regulatória para prevenir “consequências indesejadas”, como roubos e golpes, por exemplo.
Outras questões mais amplas de regulamentação incluem proteção ao consumidor, segurança cibernética e conformidade regulatória entre fronteiras, lista o documento.
Nestes casos, os BCs poderiam desempenhar um papel fundamental ao desenvolver plataformas com diretrizes de privacidade implementadas desde o início, afinal, tratam-se de instituições que servem o interesse público e sem interesse comercial.
Fonte: CNN Brasil