Brasileiros e Blockchain têm tido uma relação interessante.
Ou, pelo menos, essa é a conclusão do estudo encomendado pela Sherlock Communications sobre Blockchain na América Latina, que identificou que 80% dos brasileiros acreditam que essa tecnologia terá impacto significativo na sua vida. Nós compreendemos. E partilhamos essa crença.
Afinal, o blockchain tem o potencial de impactar de forma significativa a vida das pessoas ao oferecer uma estrutura tão segura quanto transparente para uma gama diversa de transações e interações a nível digital. Ora, eliminando intermediários como bancos e/ou empresas de tecnologia, o blockchain poderá reduzir custos e tempo, aumentando a respetiva eficiência em transações financeiras.
Tabela de conteúdos
Em que é que o Blockchain pode impactar a minha vida?
Além do setor financeiro, existem setores como saúde ou logística nos quais o Blockchain poderá ter impacto. Além disso, essa tecnologia pode garantir a integridade de registros e contratos, o que tornará fraudes mais difíceis de ocorrer.
Ora, isto não apenas oferece mais segurança aos usuários, como ainda lhes dará um maior controle sobre seus dados pessoais.
Ou seja, à medida que a adoção do blockchain aumenta, a sua influência nas vidas das pessoas tem o potencial de ser transformadora, o que permitirá uma economia digital mais inclusiva e descentralizada.
Brasileiros e Blockchain: uma via para os criptoativos
Apesar da baixa do mercado em 2022, a adoção de criptografia no Brasil continuou a crescer – de 2 milhões de pessoas em 2021 passou para cerca de 16 milhões em 2022 e estima-se que 8% da população do Brasil detenha criptomoedas. Aliás, esses números podem nem refletir toda a realidade, dado que, segundo o relatório, continuam a aumentar à medida que as principais exchanges como Binance, Coinbase e Crypto.com olham para o mercado brasileiro como relevante.
Por trás do interesse dos brasileiros em criptomoedas estão fatores monetários relacionados com o sistema financeiro tradicional, nomeadamente a inflação ou a desvalorização do real, que aumentam a crença em meios alternativos.
A popularidade das criptomoedas entre os brasileiros também pode ser confirmada através do Chainalysis Global Crypto Adoption Index, no qual, o Brasil ocupa o 7º lugar no mundo, sendo o maior mercado da América Latina.
A tokenização do Brasil
A partir do momento em que vemos muitos dos principais players do setor financeiro tradicional (TradFi) a entrar no mercado, percebe-se que a coisa é séria. Especialmente agora que existe uma regulamentação clara e que prepara a chegada do Real Digital.
Ou seja, a sociedade brasileira estará cada vez mais inclinada para a sua tokenização, destacando-se, desta forma, dos restantes países na América Latina.
Ainda assim, é de assinalar as queixas de alguns brasileiros acerca da pouca intuitividade de algumas plataformas de criptomoedas, o que poderá, eventualmente, atrasar essa mesma tokenização.
Impacto mediático
Ainda segundo o relatório, percebe-se, no espaço do último ano, que existem 36% de brasileiros que tiveram nos influenciadores digitais a via de acesso a ciptoativos e 31% através da televisão.
Para isso terão contribuído projetos como os dos clubes de futebol Flamengo e Cruzeiro, que criaram seus próprios tokens, e ainda a criação de eventos no Rio de Janeiro com bastante impacto, nomeadamente o Blockchain Rio Festival (no qual a BR Cryptos esteve presente), o NFT Rio ou a conferência Ethereum Rio.
Essa cidade tem sido a mais ‘cripto-friendly’, dado que tem investido 1% do seu tesouro em criptomoedas e criou, também, o Rio Crypto – a criptomoeda da cidade.
À medida que o Brasil vai estando cada vez mais ligado a blockchain e ao ecossistema crypto, fica evidente que o impacto positivo dessa inovação no quotidiano das pessoas é cada vez mais notório, ou pelo menos promete ser.
Com uma economia diversificada e uma população aparentemente sedenta de soluções tecnológicas, o blockchain oferece oportunidades para aumentar a transparência, reduzir a burocracia, aprimorar a segurança e fortalecer a confiança nas transações e processos digitais, especialmente num país onde esta tecnologia é claramente bem-vinda.